terça-feira, 8 de abril de 2008

COMO FUNCIONA UMA ETE


Por Otávio Nunes da Agência Imprensa Oficial


ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTOS DE ROSÁRIO DO SUL



A Estação de Tratamento de Esgotos (ETE ABC) da SABESP recolhe o efluente do Córrego dos Meninos. Embora trabalhe com vazão de 1,5 mil litros por segundo, possui instalações capazes de tratar o dobro dessa vazão. O químico e gerente da unidade, Jefferson Alexandre de Aguiar, conta que a previsão da companhia é atingir 3 mil litros/segundo até 2018.

Jefferson explica que o esgoto, proveniente de residências e empresas de Santo André, São Caetano, Mauá e Diadema, é recebido na ETE numa estação elevatória, para que percorra por gravidade todo o longo caminho que terá pela frente. A cada etapa do processo, o esgoto é tratado para separar suas partes sólida e líquida até gerar água limpa devolvida ao córrego e uma torta de material orgânico, enviada a aterros sanitários.

No início, o material mais grosseiro do esgoto, geralmente lixo (garrafas, embalagens) é retido por grades de ferro e enviado ao aterro. O líquido que passa pela primeira “peneira” tem como destino duas caixas de areia, das três construídas, para ser tratado mais uma vez. Cada caixa tem 9 metros de largura, 27 metros de comprimento e 4,5 metros de altura.

3.1 PIZZA


A seguir, o volume de água, já mais limpa, chega aos quatro decantadores primários, unidades retangulares com mais de 70 metros de comprimento e quase 20 de largura. O passo seguinte são os quatro tanques de aeração, com volume de quase 18 mil metros cúbicos, para a remoção da carga orgânica do efluente. “É o tratamento aeróbico, onde injetamos microorganismos para decompor o material orgânico ainda presente na água”, informa Jefferson.

Depois, o material é enviado aos decantadores secundários, instalações redondas parecidas com enormes fôrmas de pizza, com mais de 10 metros de diâmetro. Mais uma vez, a parte sólida é separada da líquida. Trata-se da última etapa, de onde sai a água de reúso que é separada do material orgânico e devolvida ao Córrego dos Meninos, afluente do Rio Tamanduateí, que, por sua vez, desagua no Rio Tietê.

Jefferson salienta que a água de reúso a ser enviada futuramente às indústrias de Capuava, quando o Projeto Aquapolo Ambiental estiver em operação, terá mais uma etapa de tratamento para remoção de uréia.

O lodo retido nas fôrmas de pizza continua o seu destino. É transportado para os adensadores por gravidade e os de flotação, dois processos químicos usados para reduzir a umidade do material orgânico. Depois, segue para os quatro digestores anaeróbicos (sem ar), tanques com 33 metros de diâmetro. Vistas de cima, essas instalações lembram enormes panelas de pressão. A planta da ETE ABC prevê a construção de mais quatro digestores no futuro.

3.2 A VEZ DA TORTA

Finalmente, o lodo é enviado à separação mecânica em dois enormes filtros-prensa, cada um com 150 placas de filtração. Aqui é gerada a torta orgânica que será armazenada no terreno e enviada por caminhões ao aterro sanitário. A torta obtida tem 70% de umidade, dentro das especificações exigidas. O pequeno volume de água retido é devolvido ao início do processo e vai percorrer todo o caminho novamente.

O gerente Jefferson conta que a ETE realiza seis prensagens por dia, com aproximadamente 17 toneladas de torta cada uma. Por mês, são geradas 2,75 mil toneladas. Desde a chegada à saída, a água e o resíduo sólido são analisados no laboratório químico da ETE ABC. “Temos de acompanhar as amostras durante o processo para aferir a eficiência do tratamento”, garante Jefferson.

A torta, com aparência de terra preta, é rica em nutrientes orgânicos para plantas, embora seu uso como fertilizante ainda seja motivo de estudos. É necessária também licença ambiental nas áreas federal e estadual para comercializar o produto. Esta utilização é objeto de pesquisa de outra ETE da SABESP, a de Franca, no interior do Estado.

Apesar da capacidade de suas instalações, a ETE ABC não é a maior da companhia. A campeã em tratamento para obter água de reúso é a de Barueri, na zona oeste da Grande São Paulo, com vazão de quase 10 mil litros por segundo. As outras três ETEs de grande porte na região metropolitana da capital estão em Suzano, São Miguel Paulista e Parque Novo Mundo. No interior, existem a de Franca e dezenas de outras de menor porte espalhadas pelo Estado. Juntando todas as ETEs, a companhia trata 39, 5 mil litros de esgoto por segundo.


4 ESCOLHA DO LOCAL PARA O ATERRO SANITÁRIO



ATERRO METROPOLITANO DE SALVADOR


Para analisar cada um dos terrenos disponíveis e preciso considerar os seguintes aspectos:


4.1 PROPRIEDADE - Se a área é do Governo, não há necessidade de desapropriá-la ou negociar sua aquisição, arrendamento, etc.

Em certas situações, a utilização de uma área particular pode representar uma opção interessante, como nos casos em que o órgão da limpeza urbana e o proprietário fazem um contrato para aterramento da área mediante a cessão, ao termino do contrato, de parte do terreno recuperado.

4.2 TAMANHO DA ÁREA - O sítio selecionado para a instalação do aterro deverá ser suficiente para utilização por um período de tempo que justifique os investimentos, sendo usual admitir-se um mínimo de cinco anos. Algumas vezes, porém, justifica-se a utilização de áreas com menores capacidades.

4.3 LOCALIZAÇÃO - Quanto a este fator, a melhor área e aquela que:

4.3.1 está próxima da zona de coleta (no máximo 30 km para ida e volta);
4.3.2 Apresenta vias de acesso em boas condições de tráfego para os caminhões, inclusive em épocas de chuvas, com o minimo de aclives, pontes estreitas e outros inconvenientes;
4.3.3 Está afastada de aeroportos ou de corredores de aproximação de aeronaves, já que o lixo atrai urubus, por exemplo, que podem provocar acidentes aéreos;
4.3.4 Está afastada no mínimo 2 km de zonas residenciais adensadas para evitar incômodos ao bem-estar e a saúde dos moradores;
4.3.5 É servida por redes de telefones, energia elétrica, água, transportes e outros serviços, o que facilitara enormemente as operações de aterro;
4.3.6 Está afastada de cursos de água, nascentes e poços artesianos, em virtude da possibilidade de contaminação das águas;
4.3.7 Apresenta jazidas acessíveis de material para cobertura do lixo, par a revestimento de pistas de acesso e impermeabilização do solo;
4.3.8 Apresenta posicionamento adequado em relação a ventos dominantes.

4.4 CARACTERÍSTICAS TOPOGRÁFICAS - Devem ser escolhidas áreas que facilitem o aterro e que naturalmente favoreçam a proteção a vida e ao meio ambiente.

4.4.1 São geralmente recomendadas áreas tais como:
4.4.2 Terrenos localizados em depressões naturais secas;
4.4.3 Minas abandonadas;
4.4.4 Jazidas de argila ou saibro já exploradas.

5 TIPO DE SOLO - A composição do lixo urbano é bastante variada, podendo conter substâncias perigosas ao homem e ao ambiente.

A tendência natural é que tais substâncias e os produtos da própria decomposição do lixo comecem a penetrar no solo, levadas pela água presente no lixo e pela água das chuvas. A este tipo de fenômeno se dá o nome de lixiviação. Dela resulta o chorume, um líquido de cor escura, odor desagradável e elevado poder de poluição.

O solo de baixa permeabilidade é portanto o ideal para o aterro, pois funciona como se fosse um filtro. Vai retendo as substâncias à medida que o chorume se movimenta através dele, reduzindo o seu poder contaminante.

6 ÁGUAS SUBTERRÂNEAS - É importante que se conheça o perfil hidrogeológico, ou seja, as características do lençol freático da área . Quanto mais profundo o nível da água subterrânea, menores serão as possibilidades de contaminação e também menores as medidas de proteção e controle exigidas . Considera-se, geralmente, que a cota inferior do aterro deve estar distante no mínimo cerca de 3 metros do lençol freático.

7 LEVANTAMENTOS PRELIMINARES Escolhido o local para o aterro sanitário, começam as preocupações com o projeto executivo. Para início de conversa, serão necessárias algumas informações que orientarão todo o trabalho, tais como:

7.1 Levantamento topográfico - devem ser indicados todos os detalhes importantes (cursos de água, caminhos, construções, etc.).
7.2 Levantamentos geotécnicos - serão executados para definir o tipo de solo, determinar o nível do lençol freático e a capacidade de suporte do terreno.
7.3 Levantamento da quantidade dos resíduos destinados ao aterro - servirá para calcular a vida útil do aterro. O peso específico do lixo compactado (varia de 500 a 700 kg/m3) será um elemento fundamental a ser considerado nestes cálculos.
7.4 Levantamento dos tipos de resíduos - orientará as medidas de proteção e controle que se fizerem necessárias.
7.5 Levantamento de dados complementares - eis alguns levantamentos importantes:
a) identificar os planos de ocupação do solo e projetos urbanísticos previstos para a região;
b) definir o uso futuro da área a ser aterrada;
c) reunir dados a respeito das condições climáticas da região, uma vez que estas influirão na operação do aterro (freqüência e intensidade de chuvas e ventos, por exemplo).

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